Ética da Palavra

08/03/2009 22:31

  Ética da Palavra 

 

Edvaldo Santiago 

“Pelo que deixai a [mentira],

e falai a verdade cada um com o seu próximo,

pois somos membros uns dos outros”.

Efésios 4, 25 

      Esse bonito comentário do Mundo Católico – Evangelho do dia 17.06.2006, nos levou a refletir bem esse termos – palavra e mentira e ampliar o seu sentido. 

Falar sempre a verdade, jamais mentir considera-se um princípio ético, indispensável em qualquer atividade, em qualquer relação pessoal. 

Nos tempos mais antigos a palavra tinha mais força, mais vigor, mais respeito. Ditados passados nos asseguraram essa assertiva:

 Palavra dada, palavra cumprida. Dou minha palavra!. Palavra de honra. Homem de palavra. Homem sem palavra. Quem jura, mente. Palavra de rei!  

Não se trata, aqui, de discorrer sobre a palavra, o juramento, a mentira. Adiantamos, apenas, que mentir é sinônimo de corrupção, desonestidade, engodo. E, a propósito de juramento, convém nos lembrar que todas as autoridades governamentais, ao assumir o cargo, fazem um juramento! 

Comecemos pelo Evangelho de Mateus 5, 33 - 37


Eu vos digo: não jureis de modo algum”. 

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:

33 "Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: 'Não jurarás falso', mas 'cumprirás os teus juramentos feitos ao Senhor'.

34 Eu, porém, vos digo: Não jureis de modo algum: nem pelo céu, porque é o trono de Deus;

35 nem pela terra, porque é o suporte onde apóia os seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande rei.

 36 Não jureis tampouco pela tua cabeça, porque tu não podes tornar branco ou preto um só fio de cabelo.

37 Seja o vosso 'sim': 'sim', e o vosso 'não': 'não'. Tudo o que for além disso vem do maligno". Palavra da Salvação! 

  Comentando o Evangelho 

Ética da Palavra  

 O mandamento antigo permitia o juramento, desde que não fosse falso e se cumprisse o juramento feito. Para não infringir o 2º mandamento, recorria-se a certos eufemismos, a fim de encobrir a referência a Deus. Por isso, jurava-se pelo Céu, pela Terra, por Jerusalém. A invocação de Deus ou de outros elementos visava reforçar a palavra dada, de forma a criar confiança e um senso de segurança entre as pessoas. Assim, dava-se às palavras humanas um tom de seriedade e credibilidade.  

Jesus pôs um basta a tudo isto, proibindo o juramento, pura e simplesmente. O discípulo do Reino não tem necessidade de jurar, pois age com transparência, sem a menor intenção de enganar seus semelhantes. Daí ser desnecessário lançar mão de juramentos para fazer-se credível. Sua boca fala o que traz no coração, sem necessidade de reforçar suas palavras com juramentos.  

Na perspectiva do Reino, as palavras supérfluas são intoleráveis, e a mentira, obra do Maligno. Este é quem move o ser humano a inverter o sentido das palavras, encobrir-lhes o significado verdadeiro, não permitindo que a verdade transpareça.  

O discípulo do Reino é sóbrio no falar. Cada palavra que pronuncia, assume seu sentido pleno. Seu sim é sim, seu não é não.  

As sugestões do Maligno não encontram guarida em seu coração.  

Complementando, vejamos o valor da Palavra: 

a)    “Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão.

numa visão, dizendo:

Não temas, “Abrão; eu sou o teu escudo, o teu galardão será grandíssimo”. (Gên. 15, 1) 

b)  Tu, pois, lhe falarás, e porás as palavras na sua boca;

e eu serei com a tua boca e com a dele,

e vos ensinarei o que haveis de fazer.(Ex 4, 15) 

c)    “Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito:

Nem só de pão viverá o homem,

mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Mt 4, 4). 

d)    “Passará o céu e a terra,

mas as minhas [palavra]s jamais passarão” (Mt 24,35).

 e) “No princípio era o Verbo (a Palavra),

e o Verbo (a Palavra), estava com Deus, e

o Verbo (a Palavra), era Deus” (João 1, 1). 

e)    “Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor;

cumpra-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1, 38. 

g) ”E o Verbo (a Palavra) se fez carne,

e habitou entre nós,

cheio de graça e de verdade” (João 1, 14).

 

Palavra do Senhor. Palavra da Salvação! 

.08.03.2009

—————

Voltar


Contato

Curso de Igreja - Paróquia de São Roque

Igreja Matriz de São Roque Salão Catequético Praça Rui Barbosa, s/nº Ipiaú - Bahia CEP 45.570-000

Fone: (73) 9974-3811

E-mail: